terça-feira, 20 de outubro de 2009

Academia comemora os 200 anos da 1ª obra literária do Piauí

A Academia de Letras da Região de Sete Cidades (ALRESC) vai promover solenidade em comemoração aos 200 anos de lançamento do livro POEMAS, primeira obra literária de um escritor piauiense, tendo como autor o poeta Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva.

Na sessão solene da ALRESC será conferido o Diploma do Mérito Cultural Poeta Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva a persoanalidades que contribuiram para o desenvoilvimento das letras no Piauí, nas diuversas áreas da inteligência.

Uma comissão constituída pela Diretoria da Academia de Letras da Região de Sete Cidades está colhendo subsídios para a concessão da honraria nos diversos municípios piauienses e em outras unidades da Federação.

OVÍDIO SARAIVA DE CARVALHO E SILVA

Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva faleceu no dia 11 de janeiro de 1852, na vila e hoje atual cidade de Piraí, no Rio de Janeiro, o advogado, poeta e desembargador Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, o iniciador da literatura piauiense.

Dr. Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva nasceu na Vila São João da Parnaíba, hoje atual cidade de Parnaíba, no ano de 1787.

Ainda jovem seguiu para Portugal ingressando depois no curso jurídico da universidade de Coimbra, na época em que na metrópole brilhava geniais vultos da literatura. Logo cedo se manifestou o poeta publicando em 1808 ?Poemas?, ?Ode Patriótica? e ?Congratulatória ao Príncipe, à Pátria e à Academia pela restauração do governo legítimo?. Fez parte do batalhão acadêmico formado por ocasião da invasão francesa no país. Em 1809 publicou um folheto com o título ?Narração das marchas feitas pelo corpo militar acadêmico desde 21 de março, em que saiu de Coimbra, até 12 de maio, sua entrada no Porto? e ?Os Sucessos da Restauração do Porto?.

Recebeu o grau de bacharel em letras no ano de 1811 e opositor aos lugares de letras, sendo nomeado em 1812 como juiz-de-fora de Mariana (MG), ano em que publicou no Rio de Janeiro ?O Pranto Americano? e ?O Patriotismo Acadêmico?, este dedicado a dom João de Almeida de Melo e Castro, Conde de Galveas. Foi o 2� juiz-de-fora, do crime, civil e órfão, provedor da fazenda dos defuntos, ausentes, capelas e resíduos, de Nossa Senhora do Desterro (SC), de 24 de julho de 1816 a 1819. Exerceu o cargo de Desembargador da Relação do Rio Grande do Sul. Eleito em 1821 para representar o Piauí nas cortes constituintes de Lisboa declinou o cargo sendo substituído pelo suplente Pe. Domingos da Conceição. Em 1821 publicou ?O Amigo do Rei e da Nação? e ?Defesa de João Guilherme Rataliff? em 1825, na defesa do patriota republicano comprometido na revolução em que se proclamou em 1824 a Confederação do Equador, em Pernambuco.

No período de 1826 a 1840 publicou as seguintes obras: ?As saudosas cinzas do Sr. João do Couto Melo, Visconde de Castro? (elegia 1826), ?Considerações sobre a Legislação Civil e Criminal do Império do Brasil? (1837), ?Heroides de Olímpia e Herculano? (1840). Escreveu também a primeira letra do Hino da Independência intitulado ?Ao Grande e Heróico 7 de Abril de 1831?, para a música composta por Francisco Manuel da Silva (1795-1865), na época das comemorações da abdicação de D. Pedro I e sua partida para Portugal em 13 de abril de 1831. Os versos do hino eram agressivos aos colonizadores portugueses cuja primeira estrofe diz:

"Os bronzes da tirania
Já no Brasil não rouquejam
os monstros que a escravizavam
já entre nós não vicejam".

Na coroação de D. Pedro II, em 1840, a música de Francisco Manuel ganhou nova composição com versos de autoria desconhecida. Desta vez, destacava-se por elogios e exaltações à maioridade do novo imperador, e que teria vida útil enquanto durou o Império. Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva é Patrono da Cadeira 27 da Academia Parnaibana de Letras.

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